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quinta-feira, 2 de abril de 2015


Assim mais vale fazer falta de comparência, deixar de ir à Madeira, poupar tempo e dinheiro. Perder duas vezes na mesma época frente a uma equipa claramente inferior como é o Marítimo, não ser capaz de aprender com os erros do jogo do campeonato, pior, estar em vantagem e depois quando era preciso cabeça, concentração, aproveitar o facto dos insulares terem de subir, arriscar, dar abébias e cometer erros de iniciados, não sendo preciso ao Marítimo fazer muito para dar a cambalhota, é mau demais. Como é mau demais, dominar completamente a segunda-parte, mas raramente ser capaz de criar oportunidades, quanto mais marcar um golo. Nem as alterações e a falta de alguns habituais titulares, justifica a pobreza da exibição portista e assim, mais uma vez a Taça da Liga foi para o galheiro. E se a sua conquista não enchia alma de ninguém, perder assim é dar cabo da paciência ao mais santo dos adeptos. Como é possível uma equipa estar a jogar bem, a criar grandes expectativas e de repente, como se eliminar o Basileia fosse atingir o pico, agora é sempre a descer? É preciso que alguns rapazes acordem e acordem definitivamente. Podemos não ganhar nada, mas temos de sair do campo com a certeza de que fizemos tudo para ganhar e hoje só vi isso em Maicon e mais dois ou três.

Entrou melhor o Marítimo, atrevido, pressionante, aproveitou bem a falta de organização e os espaços que o F.C.Porto dava no meio-campo para sair para o ataque, teve alguns lances de perigo, uma boa oportunidade. Passado esse período que durou cerca de 15 minutos, o conjunto de Lopetegui equilibrou, começou a dominar, a criar perigo, principalmente pela esquerda onde Hernâni estava bem no jogo, faltou apenas mais gente a aparecer na zona de finalização para os portistas chegarem à vantagem. Como corolário dessa superioridade, Evandro que estava pouco em jogo e era o médio de mais baixo rendimento, aproveitou uma bola à entrada da área e com um grande remate de pé esquerdo adiantou os Dragões. Aberto o marcador e com o mais difícil conseguido, era manter a concentração, controlar, aproveitar os espaços que iam surgir, tentar aumentar a vantagem. Mas não foi assim, por culpas próprias, o Marítimo sem ter feito nada para isso, empatou e já em cima do intervalo conseguiu a reviravolta, em dois lances em que a defesa do F.C.Porto parecia a defesa de uma equipa amadora. E assim, um jogo que parecia estar ainclinar-se para o lado dos Dragões, passou para o lado dos madeirenses e o complexo da Ilha voltou a ensombrar a nação portista.

A perder, Lopetegui não mexeu logo, esperou para ver e viu o F.C.Porto a dominar o jogo, mas era um domínio estéril, sem contundência, muitas trocas de bola, pouca profundidade, apenas uma oportunidade. Mesmo com as entradas de Tello, Brahimi e Gonçalo, com o Marítimo a procurar apenas defender, o F.C.Porto, com muita gente na frente, não criou desequilíbrios, salvo num remate de Aboubakar, já na fase de desespero, nunca incomodou Salin. Perdeu, talvez merecesse o empate, mas quem joga assim, quem é incapaz de se afirmar, de colocar em campo a sua maior valia individual, porque não consegue igualar o adversário na vontade e na determinação, não se pode lamentar de nada, só pode queixar-se de si próprio.

Dizer que que no Arouca - F.C.Porto, Xistra não marcou dois penalties mais flagrantes do que o penalty que marcou hoje, é dizer a verdade, mas nem vale a pena ir por aí.

Quando tudo parecia estar a nosso favor, o entusiasmo tinha regressado ao universo portista, de repente, vá lá saber-se porquê, um empate frustrante, uma derrota que desilude e lá foi a moral e a confiança, a instabilidade regressa numa altura decisiva da época. Nem à provocação rasteira e rafeira do "Guardanapo" fomos capazes de dar o troco.

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