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terça-feira, 21 de outubro de 2014


É muito difícil a uma equipa que vem de uma derrota que deixou marcas, está intranquila e pouco confiante, precisa de apoio, jogar diante de um público hostil que não perdoa e não tolera o mínimo erro. Um público que tem comportamentos que fazem lembrar os piores tempos das Antas, nos tempos de secura, de uma longa travessia do deserto. Se a isso juntarmos o facto de termos um estádio com muitos milhares de adeptos do Athletic, muito acima dos 5%, 2500 que o F.C.Porto era obrigado a ceder aos espanhóis - como foi possível? -, hoje foi como se os dragões estivessem a jogar em San Mamés. Ganhar nestas circunstâncias, foi muito bom e significou um grande passo para atingir os oitavos-de-final.
O que se passou quando Lopetegui substituiu Quintero com problemas físicos e claramente em perda de rendimento, fica marcado na minha memória como uma das notas mais tristes que assisti a ver um jogo do F.C.Porto em casa e eu vi muita coisa. Só faltou rasgar cartões, para recuar à década de Sessenta do Século passado.

Na primeira-parte, o F.C.Porto entrou bem, dinâmico, não inventou atrás, teve organização e qualidade no meio-campo, largura e profundidade nas alas, conseguiu belas jogadas, apenas não concretizou. Faltou um Jackson mais inspirado, mais gente a aparecer na zona de finalização e mais objectividade na hora de rematar à baliza, para dar sequência, a várias jogadas, em particular de um Tello inspirado a desequilibrar e a assistir. Quando o golo apareceu, mesmo em cima do minuto 45, não se fez toda a justiça, pelo que jogou, merecia bem mais a equipa de Lopetegui.

Mesmo se a vantagem não era grande, era sempre vantagem e como tinha acontecido em cima do intervalo, esperava-se que o F.C.Porto entrasse para a etapa complementar moralizado, mais confiante, capaz de manter as virtudes do primeiro-tempo e corrigir os defeitos: isto é, fosse mais eficaz na hora de finalizar. Mas não foi assim. Foi um Porto complicativo, nervoso, incapaz de ter bola, circulá-la, fazer o que tinha feito em grande parte dos primeiros 45 minutos, aquele que regressou dos balneários.
Começaram os passes errados em zonas de risco, dificuldades em sair de trás, incapacidade em ter bola, os bascos arrebitaram, o Dragão começou a ferver, vieram os assobios, a intraquilidade instalou-se, disso se aproveitou o Athletic para empatar - beneficiando de mais um perda de bola no meio-campo e de três jogadores portistas permitirem que sozinho Guillermo Fernández empatasse. Bem depois, é que foram elas. Com o empate e saída já explicada de Quintero, a casa quase vinha abaixo, o conjunto azul e branco começou a jogar sobre brasas, a não acertar, parecia perdido. Até que entrou Quaresma para o lugar de Casemiro. Com a entrada do bem-amado e a saída do mal-amado, as coisas melhoraram, Quaresma colocou o F.C.Porto em vantagem e apesar de ainda ter sofrido um susto e deperdiçado mais algumas oportunidades, chegou o final da partida com a vitória justíssima do F.C.Porto.

Resumindo:
É muito difícil a uma equipa que precisa de crescer e crescerá mais rapidamente se adquirir confiança que vem com as vitórais e as boas exibições, jogar num Estádio que ao mínimo erro a desanca. Um público que não se empolga nos bons momentos e houve muitos em particular na primeira-parte, mas perde completamente as estribeiras para as coisas erradas.
Enfim, melhores dias virão...

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