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terça-feira, 26 de agosto de 2014


Depois de 2 jogos em que fomos melhores e em ambos vencemos com toda a justiça, estamos na Champions, a prova rainha da UEFA. Estamos na nossa praia, onde, juntamente com Real Madrid, Barcelona e Manchester, somos o clube com mais presenças, 19. Era um objectivo importantíssimo, pelas verbas envolvidas - já garantimos perto de 11 milhões de euros - pela valorização de activos, fundamental num clube como o F.C.Porto, porque a qualidade desta equipa merece a Champions. Agora, com a missão cumprida, sem o peso de falhar sobre as costas, esta equipa de Lopetegui vai seguramente ficar com solta, mais confiante, mais tranquila, vais crescer mais natural e saudavelmente. Não nos podemos esquecer que esta é uma equipa muito jovem - ouvi na RR que acabamos o jogo com um onze de 22,7 anos de média de idades. 

Num Dragão mais uma vez quase cheio, 45.208 espectadores, o F.C.Porto fez cerca de 30 minutos iniciais muito bons. Entrando bem no jogo, nesse período o conjunto de Lopetegui foi uma equipa concentrada, equilibrada, pressionou bem e circulou bem, controlou e dominou totalmente a equipa francesa, faltou alguma contundência no ataque e mais acerto no último passe, merecia ter marcado um golo. Depois, coincidindo com uma perda de bola de Rúben Neves em zona proibida e que originou uma jogada com algum perigo do Lille, a equipa de azul e branco acusou o toque, perdeu confiança, intranquilizou-se - inacreditável, num jogo com  aimportância do de hoje, numa altura em que a equipa mais precisava o coro dos assobiadores tinha de mostrar serviço -, retraiu-se, passou a jogar mais para trás que para a frente, fez um final da primeira-parte muito sofrido. Embora a equipa de René Girard não tenha tido ocasiões de perigo, a questão que se colocava, era: se uma equipa que está em vantagem na eliminatória, estava assim nervosa, como ficaria se os franceses chegassem à vantagem? Não chegaram o intervalo chegou e nessa altura, o empate era justo.

Entramos bem na etapa complementar e logo aos 4 minutos, Brahimi, na cobrança de um livre directo marcou, um golo extraordinárioe e adiantou o F.C.Porto, quando não havia ainda decorrido tempo suficiente para uma tendência notória do que iam ser os segundos 45 minutos. A perder e já com a obrigação de ter de marcar dois golos e não sofrer mais nenhum, para não passar para a Liga Europa, os franceses reagiram, tiveram uma ligeira superioridade que o F.C.Porto aguentou sem correr grandes riscos. Vendo que era preciso fazer qualquer para que a sua equipa voltasse a ter mais bola e pudesse controlar o jogo, Lopetegui tirou um desgastado Rúben Neves, meteu Evandro e a equipa estabilizou. Não demorou a voltar a ficar por cima, passou novamente a ter a posse que tanto gosta, a estender-se mais e quando o ex-Estoril - nunca me enganaste Evandro, és craque! - recuperou e de primeira, quase sem olhar colocou no espaço de Brahimi, o argelino dominou, avançou, esperou, viu a desmarcação de Jackson, colocou-lhe a bola na frente, Cha Cha Cha fez o segundo e acabou com as dúvidas.

Notas finais:
A filosofia de Julen Lopetegui é simples: quando temos de bola temos procurar atacar bem. Quando não temos, temos de defender bem. No processo ofensivo a equipa ainda precisa de melhorar bem mais que no processo defensivo -  também porque nos dois jogos da Champions houve os cuidados necessários e menos ataque. Na organização defensiva estamos cumprir uma máxima do futebol: as grandes equipas começam a construir-se de trás para a frente e nós estamos a caminhar nesse sentido, já defendemos bem. Na parte ofensiva, agora com serenidade, quando há menos riscos, também vamos lá chegar. Mas fomos uma equipa unida, fomos uma equipa que mesmo quando as coisas correram menos bem, nunca perdeu a cabeça, nunca ficou desorientada.

Num encontro em que houve muita gente em grande plano, Brahimi pelo golo e pela assistência, foi o homem do jogo. Mas permitam-me que, sem esquecer Fabiano, Danilo, Maicon, Reyes, Alex Sandro, Herrera, Óliver, Casemiro, Rúben, Evandro, Jackson e até Ricardo, fale em Martins Indi. Tanto no centro da defesa, como no lado esquerdo, o português nascido no Barreiro, mas que é internacional holandês, esteve num plano elevadíssimo e já ninguém se lembra de Eliaquim Mangala.

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